quinta-feira, 21 novembro, 2024
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Marcelo e as Reparações Históricas

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Marcelo Rebelo de Sousa decidiu voltar a introduzir o tema das reparações históricas no sistema de comunicação, e não o faz inocentemente. 

Fazendo um enquadramento inicial, a clivagem de interpretação do mundo político já não é entre Esquerda e Direita, mas sim entre globalistas e nacionalistas. 

A “Kryptonite” dos globalistas é a Nação, pois é a única unidade política com força, com vigor e com poder para resistir aos impulsos globalistas. No fundo, o que os globalistas fazem é tentar diminuir e destruir as nações por todas as formas. 

À semelhança de Joe Biden nos EUA, Marcelo Rebelo de Sousa também é um autêntico globalista. O que não falta por aí são declarações e ações que o demonstram. Portanto, o que ele procura fazer com isto é induzir o povo português em autoflagelo, assente num sentimento de culpa pelo período da escravatura e do colonialismo, alegando que os portugueses devem pagar pelos supostos crimes coloniais.

Só que o que o globalista Marcelo Rebelo de Sousa faz, ou melhor, o que nunca faz, é concretizar como é que executaríamos esta proposta tão surrealista.

O que é o globalismo? 

É uma doutrina que defende que o mundo é mais bem governado via instituições e organizações internacionais, onde os Estados e os povos devem ceder-lhes soberania, para que elas decidam como é que determinados temas devem ser governados. 

Qual o ponto de oposição a esta tese? As Nações. 

As Nações opõem-se ao globalismo, porque evidentemente os povos querem autogovernar-se, querem decidir o seu futuro, querem decidir o seu caminho, querem decidir para onde vão e não querem estar dependentes de instituições internacionais e supra internacionais, quase sempre não eleitas. Portanto, há que diminuir as Nações para que esta oposição não se torne mais evidente à medida em que as pessoas começam a compreender o que é o globalismo e tudo o que isso implica para a destruição das suas comunidades nacionais.

Voltando ao argumento das reparações históricas, é tão ridículo e tão imbecil que nós numa primeira revisão esbarramos completamente com todo o vigor contra a primeira ironia: a ironia dos “não escravos” quererem lucrar à custa daqueles que nunca participaram na escravatura nem em todo o desenvolvimento colonial. Por exemplo, eu ou qualquer cidadão comum, que nunca saímos daqui, nunca participámos em nada disto e agora nos vemos confrontados com esta ideia de que somos culpados pelo passado. Querem que nós interpretemos e olhemos para o passado com as “lentes” morais do presente, ou seja, em vez de olharmos para o passado, para aquilo que aconteceu com a estrutura moral daquela época, querem que nós apliquemos critérios de moralidade contemporâneos. 

Ora, o que está aqui em causa é um processo de atribuição de culpa coletiva.

Não sei se estão lembrados do anterior e infame Presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva, que num tom paternalista se dirigiu ao deputado André Ventura, a propósito de uma proclamação sobre a comunidade cigana – disse que em Portugal não havia atribuição de culpas colectivas.

Ora, o argumento das reparações históricas é ou não uma atribuição de culpas coletivas?

Se é possível a atribuição de culpa coletiva aos portugueses relativamente ao passado, (e inclusive não foi o povo português que executou o colonialismo, foram as elites daquela época), podem-se colocar aqui várias questões não só aos portugueses mas aos europeus em geral. 

Como é que nós poderíamos recusar a atribuição de culpa aos palestinianos pelos horrores praticados pelo Hamas? 

Como é que nós poderíamos recusar a atribuição de culpa ao povo russo pelas ações de Putin? 

Ademais, está mais que comprovado que a escravatura não foi um exclusivo dos povos europeus, isto é um axioma. 

Citando uma autoridade no desmantelar desta narrativa da escravidão unilateral, Thomas Sowell, economista afro-americano, dizia: “Embora a escravidão tenha sido uma instituição mundial por milhares de anos, em nenhum lugar do mundo a escravidão é uma questão controversa antes do século XVIII. Pessoas de todas as raças e cores foram escravizadas e escravizaram outras. Os brancos eram comprados e vendidos como escravos no Império Otomano, décadas depois dos negros americanos terem sido libertados”.

Posto isto, voltamos a colocar algumas questões. Vamos pedir reparações históricas aos Otomanos? E aos Mouros que invadiram a Península Ibérica? Se quisermos ir mais atrás, vamos pedir reparações históricas ao povo romano? A Barragem de Cahora Bassa em Moçambique, foi projetada e construída por portugueses durante o período colonial. Vai ser devolvida?

Para terminar, Marcelo Rebelo de Sousa no seu manifesto globalista tem presente que a implementação de reparações históricas conduz na prática ao escarafunchar de feridas que não vão fazer mais nada se não infetar povos e raças. Marcelo está plenamente consciente de que isto não é aplicável, ou dificilmente é aplicável, é sim uma tarefa praticamente impossível de ser concretizada de forma criteriosa, porque é de uma natureza de tal forma abstrata e absurda, que é muito difícil ser exequível. 

No fundo, o único objetivo é continuar a criar erosão na Nação portuguesa e nas demais, onde esta é a única unidade política capaz de resistir aos impulsos globalistas de transferência de soberania dos Estados para organizações supra nacionais.

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