Entre frustradas e infantis manifestações de revolta perante o resultado eleitoral ou acusações de ignorância ao voto no ADN, estas eleições atingiram o clímax da hipocrisia!
A sagrada e sempre certa democracia é agora alvo de várias críticas quando o resultado já não é conveniente aos seus campeões.
São raras as posições de sensatez. Por um lado tens os ANTIFA que pregam a subida exponencial do Chega como um apocalipse nostradámico. Do lado oposto os acólitos fiéis que se recusam a ver um único defeito no supremo líder André Ventura.
Ora, a perplexidade com que as pessoas reagem aos mais de 1 milhão de pessoas que votaram Chega é digna de quem apenas constrói a sua opinião política a ver o Ricardo Araújo Pereira no “Isto é gozar com quem trabalha! Para alguém que não vive em uma caverna e assiste a este país a cair cada vez mais fundo, seja economicamente ou socialmente, estes votos são tudo menos surpreendentes! E mais, demonstram algo inequívoco. Ninguém sente que a mudança é possível com os mesmos de sempre, daí o crescimento praticamente insignificante da AD.
Penso que não estou sozinho na minha frustração de ver o Chega a ganhar mais votos à custa de promessas economicamente socialistas. No entanto, é inegável que a estratégia resultou. Resta saber se ainda teremos a possibilidade de ver o Chega de 2019 de volta (economicamente falando) ou se este foi perdido para sempre na sua nova coleção de cromos do PSD, eleitos como seus deputados!
A magnífica democracia que tanto devemos proteger agora deu resultados que a esquerda apelida como “extremistas”, “anti-democráticos”, “perigosos” e “assustadores”. Fica claro que a “Democracia” apenas deve ser protegida quando resulta em vitórias convenientes à esquerda. Quando a Direita ganha a voz do povo, afinal não deve ser ouvida, e são todos na verdade uma cambada de ignorantes e desinformados que se deixam levar pelas emoções e revolta. A Democracia perdeu!
Quando a Esquerda ganha, no entanto a Democracia ganha! Aí os eleitores já são responsáveis, inteligentes e sábios quando vão dobrar o papelinho às urnas. Ora quem será o mais ignorante? Aquele que vende a sua liberdade em troco de pequenas migalhas disfarçadas de direitos (que nada mais são do que privilégios), ou aqueles que procuram uma cada vez menor interferência do Estado nas suas vidas? Querendo ser livres, independentes e autónomos na resolução dos seus problemas e daqueles que os rodeiam.
Já eu, arrisco dizer que em Democracia perdemos quase sempre!
Principalmente em Portugal, com uma população altamente desinformada é facilmente manipulada por qualquer espectro político e que não entende a mais elementar verdade. A de que o Estado nada produz e nada resolve, o seu negócio é o roubo organizado. Os únicos capazes de salvar e mudar Portugal somos nós, que criamos serviços, produtos e soluções para os problemas que nos rodeiam. Qualquer barreira nesse caminho é uma barreira à melhoria na nossa qualidade de vida e o contínuar da escravidão mental portuguesa onde a maioria acredita ser incapaz de tomar as redeas sobre as suas vidas, necessitando de um salvador para os guiar.
A lição então qual é? Será que nestas eleições a Democracia ganhou ou perdeu? Uma coisa é certa… Os portugueses perderam novamente, e vão continuar a perder enquanto não entenderem que nenhuma solução terá origem na política. A política anda sempre atrasada em relação à sociedade, ora vejamos, eles nunca conseguiriam votos se fossem demasiado contrários à vontade do povo! O PS não conseguiu a anterior maioria e uma quase vitória desta vez sozinho, alguém teve que votar neles.
A qualidade do voto vai ser sempre proporcional à qualidade do votante, e como tal a solução de Portugal está nos portugueses e não em partidos. Como tal nas próximas eleições não perguntes o que o partido certo pode fazer por Portugal, mas sim o que tu podes fazer por Portugal!
Viva Portugal!
(A Ignorância é a arma deles, a Sapiência é a nossa)