quinta-feira, 19 setembro, 2024
HomeArtigosEstado Social: A Escravidão Moderna

Estado Social: A Escravidão Moderna

Date:

“A gradual perda de direitos naturais, embora disfarçada pela falácia da igualdade, resulta em uma sociedade que ironicamente anseia por mais direitos positivos, mas possui menos capacidade de os alcançar.”

O superficialmente altruísta Estado Social representa a maior barreira à soberania individual. Em nome de um “justo contributo” para a sociedade, arquitetamos o maior esquema de roubo organizado, e em vez de otimizar as capacidades humanas para a independência e auto-realização, criamos dependentes e fiéis súbditos a supremos líderes democráticos. 

Quer seja direito divino, guerra ou justiça social todos os estados ao longo da história tentaram justificar os seus impostos de maneira a limitar o potencial de revolta populacional. Aquilo que facilmente é interpretado como roubo teria de ter a suas contrapartidas, e como tal o “Contrato Social” foi criado e refinado ao longo de gerações. Não só este pacto social legitima o que hoje conhecemos como Estado Social, como nada mais fez do que unilateralmente crescer as suas “voluntárias” cláusulas contratuais. Como tal, em uma tentativa de dissecação desta moderna forma de escravidão apresento resumidamente os 5 fatores essenciais à implementação e propagação do maior vírus mental que a mente humana já conheceu.

Convencer a população que uma sociedade desigual é imoral

A pergunta “De que forma essa desigualdade foi alcançada? Por mérito ou coerção?” deixou de ser enunciada e a simples existência de desigualdade tornou-se justificação suficiente para daí presumir um claro sistema imoral. Não só importantes contributos, que geram inevitáveis transações voluntárias de valor são ignorados, como a coerção passa a ser perfeitamente justificável, se agora usada para equilibrar esta clara injustiça social. Ora eu deixo o leitor decidir qual o sistema que ele considera mais moral. Aquele que, sem coerção, reconhece a normal e até desejável desigualdade, dados talentos, resultados e esforços diferentes entre indivíduos. Que não conhece fronteiras econômicas e promove a tendência natural para o autodesenvolvimento. Ou aquele que, alimentado pela inveja humana, justifica coerção para retirar a uns o que lhes foi voluntariamente dado para atribuir a outros como forma de justiça social? 

Não podemos, simultaneamente, reconhecer a normal diferença entre indivíduos e promover um sistema de real altruísmo voluntário? Um sistema que procura através de ferramentas imorais edificar uma obra moral, onde tanto o fim como os meios são injustificáveis, ñão passa de um castelo construido sobre areia.

Vender segurança a troco de liberdade

Não só a justiça social serve como fachada para esta pilhagem como o medo sempre foi um incrível aliado do homem irracional. Divorciando-se da defesa dos direitos negativos, o estado definiu como seu principal objetivo a implementação sempre crescente dos direitos positivos. A limitada tarefa de defender direitos naturais, fixos e imutáveis não escala o suficiente para as ambições dos nossos governantes. Como tal, tornar necessidades em direitos foi imperativo para maximizar o custo de tal operação. 

Nas palavras de Benjamin Franklin “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança.” Na inocente tentativa de conseguir segurança temporária não só comprometemos a nossa liberdade como a longo prazo a própria segurança. 

Eliminar a concorrência

A família, a comunidade e a igreja, outrora elementos essenciais para os altos e baixos de cada um de nós, são agora meros rivais no papel de prestadores de auxílio que o estado social procura monopolizar. O cultivar de uma relação saudável e colaborativa com a família e comunidade, já não é necessário. Agora o indivíduo pode ser livre de qualquer pressão social para fazer ou não fazer tudo aquilo que entender, sabendo que independentemente do seu caráter e ações ajuda será sempre merecida.

Não satisfeito, o estado social centraliza a educação, cria um sistema de pensões, limita as escolhas e para sempre garante o seu lugar como o Grande Provedor Paternalista, com uma visão singular de bem-estar para todos. Não só promete falsamente cumprir todos os papéis anteriormente cobertos pela família, como define uma abordagem única e universal, que tem sempre como principal objetivo perpetuar e aumentar o seu poder. Essa abordagem uniformizadora, suprime a capacidade das pessoas de inovar, rouba-os da oportunidade de buscar outras soluções para seus problemas, e deixa-as presas a um ciclo de dependência onde já nem a pressão social o pode quebrar. 

Partir pernas para oferecer muletas

Quando em 1989 o muro construído em areias socialistas caiu, ficou evidente para todos que a coletivização da ação humana não só é imoral como criminalmente ineficaz. No entanto, a queda da União Soviética não bastou para eliminar de vez a sedutora tendência de alguns para tentar arquitetar as nossas vidas. Seja a desastrosa política monetária, que inflaciona tudo aquilo a que os nossos governantes chamam de direitos, o compadrio corporativo ou a total incompetência em gerir sozinho todos os serviços que controla. O estado social, cria incansavelmente vários e enormes problemas que mais tarde promete resolver. Ora, o remédio não seria necessário se a doença nunca tivesse sido provocada por supostos curandeiros medievais que acreditam em sangrar força vital como solução para a vida. 

É típico o argumento “mas eu não tenho dinheiro para pagar por x”, mas raramente ele é acompanhado de uma profunda reflexão do porquê. Porque não consigo pagar por educação ou saúde quando facilmente o consigo fazer com bens menos essenciais? É pura coincidência que em tudo que o estado social coloca as suas incompetentes mãos se torna mais difícil de alcançar? O que explica a inversa correlação entre qualidade de serviços e peso do estado nesses serviços? Talvez seja hora de assumir responsabilidade e não deixarmos atestados de incapacidade serem lançados na nossa direção, onde nem capacidade me é reconhecida para planear a minha própria reforma. Se tão superiores são os instrumentos do estado social porque não são eles voluntários? Certamente a sua superioridade se iria evidenciar em um mercado livre e concorrencial. Portanto, a próxima vez que te oferecerem muletas, aceita apenas na condição que as possas usar para bater em quem tas fez usar.

Proteger as pessoas das consequências das suas ações

Um ambiente de resposta-reação é essencial ao normal funcionamento de qualquer ecossistema, no entanto, da forma mais diabólica possível, o estado social rouba-nos a possibilidade de aprender com os nossos erros. A contínua redução de responsabilidade individual acomoda o indivíduo a qualquer que seja a sua situação e desincentiva à concretização do seu maior potencial. Leis paternalistas impedem uma sociedade de desenvolver regras naturais de comportamento, que cultural e tradicionalmente são passadas de geração em geração. Para além disso, não só o cidadão é protegido das consequências das suas ações irresponsáveis com todo o tipo de ajudas e planos circunstanciais, como os governantes são premeditadamente protegidos de qualquer consequência das suas más decisões. Como escreveu Thomas Sowell: “É difícil imaginar uma maneira mais perigosa de tomar decisões do que deixá-las nas mãos de pessoas que não pagam o preço por estarem erradas.” 

A gradual perda de direitos naturais, embora disfarçada pela falácia da igualdade, resulta em uma sociedade que ironicamente anseia por mais direitos positivos, mas possui menos capacidade de os alcançar. O Indivíduo torna-se um escravo mental, carente, incapaz e passivamente à espera que o Estado resolva seus problemas! Negociações por conforto a curto prazo sempre resultam em dor a longo prazo, como tal a resposta não está em evitar a dor mas sim em convidá-la, pois ela vem com a certeza de nos tornar mais capazes de enfrentar qualquer desafio.

Podes gostar:

As mentes da Esquerda e da Direita

Existem fatores “inatos” que explicam porque é que algumas pessoas são de Esquerda em vez de Direita para além do ambiente em que foram criadas.

O Aumento do Salário Mínimo para 860 Euros: Uma Solução ou um Obstáculo para a Economia?

Aumentar o salário mínimo sem considerar as consequências a longo prazo pode ser um erro estratégico.

7 COMMENTS

  1. Muito Bom! Parabéns Marco.
    Vamos em frente com mais artigos, é desta palavras que nós precisamos de ler, e não de tretas sem sentido….
    Abraço de tudo de bom…

Deixar uma resposta

Por favor, insira seu comentário!
Please enter your name here