quarta-feira, 22 janeiro, 2025
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A Personalidade Insondável de Salazar

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Salazar é sobretudo um ser complexo. Parece oscilar à mínima influência; uma resposta demorada, uma aragem de vento que muda de direcção, enfim qualquer coisa, faz mudar a aparência da sua disposição.
No entanto as suas decisões são sempre coerentes e não parece resultar dessa tempestade da sua vida interior, qualquer dano no raciocínio para alcançar um objectivo que não perde de vista.


Seria de pensar que, já que Salazar considera que não há acção sem vida interior, as soluções resultassem da combinação dessas diferentes “tempestades” da vida interior. Mas não. O estado de espírito com que toma as suas decisões, é sempre o mesmo, nunca se altera, nunca se precipita, nunca é excessivo, nunca mostram as suas decisões ser resultado de paixões momentâneas, nem traduzirem um acto de rancor ou muito menos de vingança, como seria de esperar em alguém cujo estado de espírito, ondula ao sabor da mínima interferência.


Fico sem perceber ainda hoje, como funciona a mente deste homem.
António Ferro e Franco Nogueira, definem-no como um gigante da força de vontade. Franco Nogueira dirá mesmo: “desencadeou acontecimentos e movimentou homens, pela vontade”
Até nos últimos dias de vida, o seu médico, Eduardo Coelho, atribui a recusa em morrer a uma força de vontade interior, incomum. Serrano Suñer, diz dele, que era um homem de uma cultura genuína e discreta, uma cultura de um catedrático e uma inteligência verdadeiramente invulgar. Um homem que falava como nunca teria ouvido outro falar, desde Hitler a Laval.


Para o secretário de Estado adjunto de então, George Ball, Salazar elaborava a política externa de Portugal “como se o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães fossem os seus conselheiros mais próximos”.
Carlos Salamanca, presidente do sub Comité da ONU para os assuntos do Ultramar português, dirá dele: “é um espírito da Grécia antiga a falar com a voz da Roma dos Césares”. Serão estes atributos que permitem que a aparente contradição não se revele? Será a força de vontade hercúlea quase sobre humana, que lhe permite manter o discernimento, sem ceder às influências de estados de espírito?

Não é levianamente que se chamam complexos aos homens que assim o são.
Talvez esta capacidade de se elevar acima de estados de espírito sem perder contudo a sensibilidade que o caracterizava, leve as almas mais pobres de intelecto, a afirmar as barbaridades que lemos de vez em quando, sempre que pretendem criticar o que não entendem. A esses, Salazar teria certamente respondido como Edipo respondeu a Tirésias: “Censuras-me a razão da minha grandeza”.

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