terça-feira, 28 janeiro, 2025
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Me Ne Frego

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A esquerda tem o hábito de apelidar de fascismo a tudo o que mexe contra a sua vontade.

  • O nacionalista é fascista porque o ideal da nação é antagónico ao internacionalismo marxista
  • O liberal é fascista por não querer a ditadura do proletariado e preferir a centralização de capital privado em vez da centralização de capital estatal
  • O católico é fascista por defender uma hierarquia social antagónica ao igualitarismo defendido pela esquerda
  • Até o libertário é fascista por defender a propriedade privada e a apatia face ao projeto estatista que a esquerda quer conduzir

Se a esquerda vê fascismo em todo o lado, tal deve-se a dois motivos fundamentais.

O primeiro reside no mito do século XX, em que as elites ocidentais fabricaram uma narrativa ao estilo da Marvel onde os bons da fita ganharam e os maus (autoritários de direita incluindo fascistas) perderam, resultando no maior progresso cultural que alguma vez o mundo assistiu. Esse progresso é uma farsa, mas o artigo de hoje não é sobre isso.

Foquemo-nos na esquerda que espreme esse mito até à sua conclusão lógica ao atribuir uma má impressão a todos os que se recusam a embarcar no seu projeto político. Se em vez da direita autoritária e totalitária tivéssemos tido uma derrota do lado centrista, conservador e liberal na II Guerra Mundial, a esquerda usaria o termo “liberal” como um insulto pelos mesmos motivos que hoje apelida a tudo de fascismo.

O segundo motivo reside na filosofia Me Ne Frego. Este mindset resume-se ao “não me importo” do português. Os fascistas conseguiram monopolizar o termo aquando da agitação social na Itália do pós I Guerra Mundial. A violência nas ruas feria fascistas que escreviam “me ne frego” nos curativos, com o intuito de passar uma mensagem de rebeldia, irreverência e total impermeabilidade ao julgamento social sobre o quão mau eram os fascistas e a sua violência política.

Acontece que o espírito do Me Ne Frego voltou à política ocidental.

A vitória do Brexit e de Trump em 2016, o crescimento da direita digital face à cultura de cancelamento da esquerda e até o crescimento do CHEGA em Portugal têm todos algo em comum: transpiram um sentimento de irreverência face à norma social.

Apesar de todo o julgamento social, um voto no Brexit, CHEGA ou Trump resulta de um sentimento de irreverência e rebeldia face às narrativas do sistema político e cultural vigente. Claro que o voto é secreto, mas cada vez mais pessoas não têm problema em dizer publicamente que votam nestes projetos, exatamente pelo espírito de “não quero saber se isso te ofende” ou “não quero saber se para ti isso é errado”.

Quando a esquerda apela à censura de memes que contêm piadas de teor cristão, racista, entre outros assuntos, como as que vemos em inúmeras páginas com centenas de milhares ou até milhões de seguidores no espaço ocidental, isso germina um sentido de irreverência no público que consome tal conteúdo.

Certamente já viram um meme com um gigachad a responder “ok, e?” a um esquerdista que o acusa de ser racista por simplesmente ser europeu. O “ok,e?” é o Me Ne Frego moderno, adaptado ao século XXI, o que permite uma expansão sobre outras questões culturais como como a legalização das armas, conteúdo religioso e até geopolítico.

Perante isto, independentemente do vosso espetro político, sejam irreverentes. Com elegância digam Me Ne Frego quando a esquerda vos vilifica por serem o que são. Verão que a vida se torna mais simples e que a vossa mensagem terá muitos mais seguidores que ainda não tiveram a coragem de adotar esse mindset.

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