terça-feira, 3 dezembro, 2024
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AIMA, a bomba-relógio.

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O que aconteceu à porta da AIMA – Agência para a Integração Migrações e Asilo,
era obviamente espectável, que mais tarde ou mais cedo iria acontecer. Não vale a
pena virem com o mantra do racismo e da xenofobia, nem tão pouco com uma
razão para entender, que devemos ser mais humanistas e que a Europa tem que
ser mais humanista. Têm sim, que perceber de uma vez por todas, que nós não
temos capacidade para receber tanta gente.

Muitos destes imigrantes vieram através de redes de tráfico ilegal de seres
humanos, cujo objectivo é inserir cada vez mais mão de obra e as pessoas vêm
para aqui, com a lógica de considerar, que chegam à Europa por um caminho mais
fácil e que por aqui terão uma vida fantástica e maravilhosa. No lado de cá do
Mediterrâneo e mesmo aqueles que vão vender este sonho ao Indostão, vendem
que aqui é fácil a legalização.

Nós começamos a ter problemas cada vez mais sérios. Estamos em cima de um
barril de pólvora e o que se passou na AIMA, era expectável que mais tarde ou mais
cedo iria acontecer. Mais tarde ou mais cedo teria que se travar a emissão de
senhas. Mais tarde ou mais cedo, com a quantidade de gente que é convidada para
vir para Portugal, que não têm para onde ir e que não lhes é pedido absolutamente
nada, para além da mera intenção de vir trabalhar, obviamente que teria
consequências.

Existem processos que têm de ser analisados e revistos. Estes processos começam
quando as próprias juntas de freguesia, não tendo dados cruzados entre elas,
emitem atestados de residência. Basta apresentarem duas testemunhas em como
vivem naquela morada e têm acesso ao atestado de residência. A partir daqui, dão
entrada do processo na AIMA e começam a sua tentativa de ficar legais.

A extinção do SEF foi um erro bizarro, com responsabilidade do Partido Socialista
ao longo dos últimos anos. Ninguém coloca em causa a ajuda às pessoas, nós não
podemos ter um espaço onde cabem cem e de repente estão mil. Nós não podemos
ter estas pessoas a vir com uma mão à frente e outra atrás e que num instinto de
sobrevivência, aquilo que vão fazer, é aceitar trabalhar por qualquer valor e estando
a trabalhar no limiar da pobreza, abaixo dos valores que seriam praticados a um
nível normal – “Dumping” salarial.

Portanto, aqueles que poderiam efectivamente trabalhar, terão que obrigatoriamente
emigrar e estas pessoas acabam por viver sempre nesta lógica de pobreza e de
miséria, criando sempre mais pobres e criando os problemas que temos
actualmente nas grandes cidades. Veja-se o exemplo na cidade de Lisboa, na
freguesia dos Anjos, onde percebemos que cada vez são mais os sem-abrigos, que
não conseguem trabalho e não têm qualquer rendimento de sobrevivência. Isso são
casos completamente identificados.

Posto isto, podem-se colocar várias questões. É este tipo de humanismo que se
referem? É este tipo de respeito pelo ser humano que se referem?
Não podemos misturar os refugiados de guerra, estes sim precisam de asilo, com
aqueles fluxos migratórios que estão a vir à procura de trabalho e uma vida melhor.
Marrocos, Nepal, Bangladesh ou a India não estão em guerra, por exemplo. Os
problemas a nível de coesão social já são sérios e temos que ser claros – quem não
está legal não pode continuar em Portugal.

Aquele jardim à beira-mar plantado, começa a entrar num descontrolo maior e mais
tarde ou mais cedo, terá consequências a nível da segurança. Estamos em cima do
tal barril de pólvora e a criar um choque cultural dentro das cidades que terá
consequências directas a muito curto espaço de tempo. Veja-se o que acontece em
França ou na Bélgica. A diferença é que Portugal, sofre de um atraso civilizacional
em relação às maiores potencias europeias e esta narrativa funciona, tanto para o
bem como para o mal.

Não é possível manter as democracias liberais em ambiente multicultural, com
múltiplos códigos morais antagónicos e hostis em disputa. Nenhum Estado
sobrevive com uma população em conflito permanente.

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