Segundo os censos de 2021, 80,2% da população portuguesa se declarava como católica. Oito em cada dez portugueses são católicos. De acordo com os estudos realizados para a Conferência Episcopal Portuguesa a religião é uma dimensão importante dos jovens em Portugal.
Dados do estudo “Jovens, Fé e Futuro” elaborado pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP) demonstram que 56% dos jovens portugueses são religiosos e metade destes são católicos .
Convém relembrar que Lisboa foi a cidade escolhida para acolher as Jornadas Mundiais da Juventude entre os dias 1 a 6 de Agosto de 2023. Milhares de jovens tiveram uma experiência única de confraternização entre povos das mais diversas latitudes e longitudes, pois a fé não conhece barreiras nem obstáculos para ser professada.
Venerada de diversas formas ao longo dos tempos, a Virgem Maria, Mãe de Deus, é uma presença constante nas manifestações da religião católica em Portugal. O Milagre de Fátima em muito contribuiu para que todos os anos milhares de pessoas se desloquem em peregrinação até ao Santuário para cumprir as suas promessas.
Conta-se que nossa Senhora tenha aparecido por diversas ocasiões aos três humildes pastorinhos (Lúcia, Francisco e Jacinta) no longínquo ano de 1917 na Cova da Iria (Fátima) em cima de uma Azinheira pedindo-lhe que não cessassem as suas orações num período de enorme instabilidade geopolítica (se nos recordarmos que era o penúltimo ano da I Guerra Mundial) e que a instabilidade não ficaria por ali com o eclodir da II Grande Guerra (1939-1945).
Também Coimbra é um roteiro histórico e religioso para milhares de transeuntes e populares que procuram conhecer e participar nas cerimónias da Rainha Santa Isabel. Atenta aos mais frágeis e desprotegidos, D. Isabel terá tido um papel preponderante na criação de hospitais para acolher e auxiliar doentes e pobres.
Reza a lenda que o marido não aprovava esta sua política de proximidade e que num certo dia a interpelou face ao que efetivamente levava no regaço. Confrontada com o incómodo e insistência de D.Dinis, a Rainha respondeu: “São Rosas, meu senhor!” ao que D. Dinis se admirou pois as rosas não desabrocham em Janeiro. Mal a Rainha abre o regaço e em vez de pães caem rosas, para espanto do próprio D. Dinis.
E assim se concretizava o “milagre das rosas”. Em 1516 a rainha é beatificada pelo Papa Leão X e santificado por Urbano VIII. A procissão em honra de Santa Isabel realiza-se de dois em dois anos no âmbito das festas da cidade onde milhares de crentes pretendem ter uma experiência sensorial in loco de observar as mãos incorruptíveis da Rainha que se imortalizou como Santa.
A tradição que incorpora o “Milagre das Rosas”, a “aparição de Nossa de Fátima aos pastorinhos” ou a devoção a “Santo António de Lisboa” (acompanhada de jovens casais que aproveitam as cerimónias para um matrimónio abençoado junto do seu santo de devoção) imana de um inconsciente coletivo que é a nação. É no interior da nação que o místico e o sagrado encontram o seu espaço de acolhimento por excelência..
Assim como Jesus ressuscitou para uma nova vida procurando unir o que a humanidade separou: o ódio, a discórdia, a intriga, a inveja, o egocentrismo, o apego material, a cobiça ou a divisão da família, só através da nossa determinação podemos fazer a diferença na vida do outro.
E como podemos ser verdadeiramente úteis para com o nosso irmão? Levantando-o quando ele se encontra no chão e apoiando-o, principalmente nas piores alturas, pois essa é a essência de uma verdadeira amizade: a que procura fazer o bem sem esperar nada em troca.
Perante Deus, perante o Criador teremos todos os dias de dar provas que conseguimos ser dignos de ser os seus mensageiros. Que o domingo de ressurreição seja um momento de introspecção pessoal e traga um espírito renovador mesmos à consciência de pessoas que julguemos estar perdidas para todo o sempre.