Ganhar no terreno
A direita ocidental está cada vez mais forte. Não só a nível internacional como no campo nacional, as narrativas destras estão a entrar no mainstream e a dominar o campo das redes sociais, assim como o debate político institucional.
Portugal importa culturas e hábitos estrangeiros, o que, em última análise, é um pau de dois gumes. Por um lado, importamos hábitos negativos como as políticas identitárias LGBT e o etnomasoquismo dominante nos EUA, mas estamos também a assistir a novas narrativas, iniciativas mediáticas e ativismos metapolíticos que influenciam a política institucional.
Em 2019 era impensável que a substituição demográfica fosse referida no parlamento português, ou que direita introduzisse uma narrativa anti sistémica perante assuntos de grande importância como o sistema financeiro, a segurança contra o mito do “terceiro país mais seguros do mundo” e a resistência às políticas anti liberdade financeira e anti mundo rural que agentes externos têm patrocinado.
Através de um esforço simultaneamente individual e coletivo, foi possível apresentar um contraditório e iniciar debates, mesmo com a censura associada. Foi ainda possível sair à rua em manifestações no período pandémico contra os excessos repressivos, contra o aumento dos combustíveis e recentemente contra o atual situacionismo imigratório, que, ao contrário dos restantes, chegou a proporções virais.
O crescimento da influência no campo digital, assim como no terreno do ativismo, deu espaço e confiança para que cada vez mais políticos pudessem completar a sua agenda político com novos temas, adicionados aos normais problemas técnicos.
O caso português
É importante referir que Portugal não é um país igual aos restantes do Ocidente. Temos um país extremamente envelhecido, uma crise migratória e uma enorme dívida com serviços debilitados que nos dificultam a tarefa de acabar com défices crónicos sem condenarmos a saúde ou a educação a um caos.
Assim sendo, a agenda pró Portugal deve incluir um desejo incansável de resolver todos estes problemas, porém, com a consciência de que as intenções não são suficientes. A prática obriga-nos a ter rigidez e clareza nas nossas ações, assim como no diagnóstico que Portugal precisa que seja apresentado aos portugueses.
A minha análise identifica uma crise na corrupção, economia e segurança. Se não resolvermos este triângulo problemático, pouco adianta adorar a suposta democracia “avançada” que nos vendem diariamente pois nenhum resultado positivo sairá dela.
Sem uma economia que cresça entre 3% e 5% ao ano, não há Estado social que aguente financiar uma educação asseguradora de quadros futuros, transportes que permitam aos populares cumprir com os seus compromissos de forma previsível sem recorrer ao automóvel e uma saúde que dignifique o esforço do contribuinte em combater as doenças e fraquezas da população. Sem um paradigma fiscal competitivo e uma justiça célere, é impossível que alguém se sinta atraído para investir e ter a iniciativa privada de criar valor.
Torna-se visível o link entre a crise da economia e o problema da corrupção. O mercado paralelo rouba dezenas de milhares de milhões de euros por ano aos portugueses. Pior, a corrupção cria desequilíbrios de mercado, prejudicando a sua competitividade, algo que em condições normais não aconteceria e permitiria aos melhores crescerem mais, além de obrigar os piores a melhorarem. De novo, o link expande-se para outras questões.
Como é possível na atual economia termos casos de escravatura moderna no nosso território? Casos de wage dumping onde o português é obrigado a emigrar porque não consegue competir com os imigrantes dispostos a trabalhar por menos? Milhares e milhares de casas a “abarrotar” com imigrantes ilegais cuja origem é desconhecida? Mas que país é este? É um país com uma crise securitária e corrompido no seu propósito de oferecer uma boa vida aos seus cidadãos.
A crise securitária tornas as cidades mais inseguras, cria divisionismos e não cultiva um bem-estar social, extremamente importante para qualquer nação que queira atingir bons e importantes objetivos em conjunto, nomeadamente a criação de uma sociedade de alta confiança. Infelizmente, esse ideal é algo possível que todos gostaríamos de experimentar, porém, nem todos temos a coragem de tomar medidas necessárias para a criar.
Conclusão
Concluo afirmando que este triângulo deve guiar a vontade eleitoral do português comum e estar presente na consciência dos políticos que formarem governo após as legislativas de 2024.
O nosso país não se pode distrair com agendas transnacionais.
É urgente cumprir com a agenda pró Portugal.