A Federação Portuguesa de Futebol está a investigar denúncias de que o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil, estaria envolvido em esquemas ilegais no futebol português. Segundo o jornal Público, o grupo já teria assumido o controlo informal do Fafe, um clube da terceira divisão.
Relatos indicam que outros clubes, como Varzim, Felgueiras e Vilaverdense, foram sondados, mas recusaram as propostas da facção, que pretendia adquirir Sociedades Anónimas Desportivas (SADs) para lavar dinheiro. Entre os envolvidos estaria um membro do PCC, já condenado no Brasil, e o empresário Ulisses Jorge, que negou qualquer ligação ao esquema e classificou as acusações como infundadas.
Além disso, o grupo estaria a utilizar transferências de jogadores como meio de lavagem de dinheiro. Embora os empresários ainda não possuam participação formal no Fafe, já estariam a gerir as operações do clube.
No mês passado, Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, alertou que o PCC utiliza Portugal como base para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, devido à moeda forte e à posição estratégica no mercado europeu.
Um relatório do Serviço de Informações de Segurança revelou que cerca de mil membros do PCC operam em Portugal, concentrados na margem sul do Tejo, um ponto chave na rota da cocaína para a Europa. A Federação promete agir rapidamente para esclarecer o caso e proteger a integridade do desporto.