quinta-feira, 19 setembro, 2024
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Sobre a crise na comunicação social

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Recentemente tivemos o congresso dos jornalistas. Nesse congresso assistimos a uma discussão sobre o futuro da profissão e o papel do Estado na manutenção desta atividade.

Por um lado, se alguns apoiam que a resposta deve permanecer nos atuais moldes para impedir uma maior influência do Estado no exercício desta atividade, outros acham que o Estado deve intervir.

Não vou dar diretamente a minha opinião neste artigo. Essa é mais do que pública para quem segue as minhas redes sociais. Perante isto, vou optar por deixar algumas perguntas sobre o assunto:

– Será que na era da informação digital o jornalismo televisivo e de papel é o único/principal meio de transmissão de eventos da atualidade?

– Será que faz sentido o Estado colocar dinheiro involuntário dos contribuintes para financiar programas que desinformam e procuram destruir projetos sociais e políticos que uma parte desses contribuintes apoia?

– Será que não existem jornalistas desinstitucionalizados que recebem apoio e atenção digital por cobrirem os mesmos (e até mais) temas comparativamente aos meios de comunicação tradicionais?

– Será que um jornalista como o Sérgio Tavares não tem sido mais influente na cobertura de determinados assuntos que chamam a atenção do povo, em oposição aos redatores e jornalistas que hoje pedem subsídios e caiem cada vez mais no descrédito dos populares?

– Será respeitável que os órgãos de comunicação social tenham ligações familiares e de interesses a partidos do status quo? Onde está a isenção?

– Será que o mercado do jornalismo tradicional é essencial para a nossa vivência? Comemos jornais ao pequeno-almoço e o nosso coeficiente de inteligência aumenta ao assistirmos a debates sobre partidos (o debate de ideias nem vê-lo) onde nem convidam o partido visado para se defender?

– Será que este mesmo mercado, hipoteticamente ausente de intervenção estatal, não penalizaria quem fosse mais impreciso, injusto e enviesado, através da autoalienação do público descontente?

– Será que a desinformação das redes sociais é mais injusta do que a desinformação e campanhas enviesadas a que assistimos nas nossas TV´s/jornais?

– Será que sem os órgãos de comunicação social é impossível produzir documentários, entrevistas, debates e podcasts que sejam do interesse da população?

– Será que precisamos das plataformas tradicionais para ler artigos de opinião?

O Estado gasta (e gastou) milhões de euros com a comunicação social. Posto isto, todas estas questões são legítimas e precisam de ser respondidas pelo contribuinte que daqui a umas semanas será eleitor.

Este artigo tem esse objetivo: colocar o leitor a refletir sobre o assunto, já que a nossa comunicação social prefere dizer-nos o que pensar.

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