quinta-feira, 19 setembro, 2024
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A Dissonância Ideológica na Dinastia Esquerdista

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Tornou-se habitual os “analistas” políticos incutirem nos telespectadores o ódio à bagagem de males que a “extrema direita” traz consigo; o espectro apocalíptico da discriminação e desigualdade circundam o caminho da utopia. E a bondade revestida no ditirambo de maldição invocado por Marx? Com o falecimento de Deus surgem novos profetas a avultar miragens seculares para fomentar o materialismo; perfeccionistas grosseiros entalhando o culto do homem-deus e do seu novo reino. Um novo homem. Mateus 25:41 alerta para o perigo apresentado pela esquerda esvaziada de qualquer sinceridade nas suas intenções: “Então ele dirá àqueles que estão à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim, amaldiçoados, para o fogo eterno que foi preparado para o diabo e seus anjos. Porque eu estava com fome, e vocês não me deram de comer”.

Porque depositar confiança na esquerda? Contrário a muitos liberais sectários e charlatães progressistas, não é a nova “direita” a responsável pelos pecados do mundo, pois a esquerda domina, há décadas em Portugal, seja ela dentro ou fora das tutelas do poder, o espaço cultural como nas universidades e comunicação social. Nacionalmente, temos em vigor um regime de partido único desmembrado em várias partes. Quase todos os partidos, impulsionados por um envaidecimento prepotente do poder, visam à realização do socialismo total em Portugal, brotar uma República Popular Portuguesa e deificar o estado monolítico. Há um quadro comum de referência e bipartidário em Portugal? Não, apenas um teatro quixotescamente mal ensaiado, realizado por Frankenstein. Debruço-me brevemente no caso do PSD e o argumento falacioso da “extrema direita” empregada contra o CHEGA.

Francisco Sá Carneiro, consistente nas suas políticas, defendia, na sua revisão constitucional: “A organização econômica e social da República Portuguesa visa à construção de uma democracia econômica e social que assenta na coexistência da liberdade de iniciativa privada e cooperativa e a participação na gestão empresarial e com a socialização dos meios de produção indispensável à garantia dos princípios da unidade do Estado, da integridade territorial, da independência nacional, da democracia política e da justiça social”. Ao deparar-me com esta asserção, no meu entender, facilmente poderia ser, com pequenas modificações, um programa redigido pelo Bloco de Esquerda. Nem tão pouco podemos desconsiderar o globalista Balsemão, Cavaco o Keynesiano, o Maoismo do Barroso, os politicamente corretos Rio, Montenegro e do Marcelo; diferentes estirpes da mesma colheita socialista.

Supondo que as políticas do partido sejam orientadas pelos fantasmas de Marx e Bernstein, logicamente, o pretendido encurtamento político defendido pelo CHEGA é uma posição radical, não extremista. Um posicionamento lúcido e racionalista, contra o chibolete coletivista, a direita genuína pauta-se pelo respeito à personalidade do homem, num afrontamento aos socialistas e os seus antepassados, executando ideias contrárias ao comportamento humana. Contudo, vários partidos do rótulo extremo, como a Frente Nacional encabeçada por Marine Le Pen, advogam centralizar o poder político e impor uma carga fiscal mais progressiva (ainda), cumprindo assim o segundo ponto do Manifesto Comunista

Políticos e governantes, por este efeito, estão no altar da hierarquia social, organizando e planificando, com a bênção de Platão, a sociedade. A economia acaba por ser politizada. Pior ainda, como a soberania reside, teoricamente e horizontalmente, na nação, atraves a emanação da democracia representativa, alimenta a regra da multidão numa república (res-publica) universal. Neste enquadramento é proporcionado a todos nós, loucos, incompetentes e atrasados, a oportunidade de alcançar poder. Pior, podemos ser donos dos meios de produção. Aqui, uma economia que é suposto emancipar-nos da carência de bens e serviços, transforma-se precisamente num instrumento de carência.

De Tocqueville ensinou-nos os perigos da servidão através de uma evolução sociológica pacífica que é paralelo com o poder acumulado pelo Estado. Se um processo político não proceder como previsto devido à resistência por parte do povo, serão reforçados os mecanismos de repressão e monopólio da violência detida pelo estado, numa tentativa de homogeneizar a população e a luta contra a dissidência. Luís Montenegro propôs em 2023 uma revisão constitucional fortalecendo as competências das forças armadas na atuação contra inimigos internos da república portuguesa. Quem? Ele nao revelou!

Tal como podemos ser igualmente escravizados e limitados nas nossas opções, mediante meios mais disfarçados, cujos erros são atribuídos à crise do capitalismo: desvalorizações da moeda, seja pela acumulação da dívida, inflação, harmonização fiduciária, sindicalização dos rendimentos, coletivização dos bens e propriedades privadas. Sustentada por uma opinião pública pouco formada e financeiramente analfabeta. Pensando melhor, o termo “propriedade pública” é oximorônico, logo que a propriedade pertence a ninguém menos que ao governo; um bem privado, subsidiado, pago com contributos públicos (acrescento obrigatoriamente). Somos servidos com democracia no prato, e, além de caro, destrói a liberdade.

As proclamadas “extrema direitas” que a comunicação social diariamente menciona, expurgam as suas origens republicanas assentes nos ideais da Revolução Francesa. Nacionalismo, militarismo e serviço obrigatório militar apareceram pela primeira vez em 1793 após a abolição das instituições monárquicas e assassinato de Luís XVI e Maria Antonieta, pretorianizam as forças armadas. A apoplexia, desordem e decadência cultural foram normalizados. Tanto o Nazismo como o Fascismo são irmãos de sangue no coletivismo das massas, juntamente com o Comunismo. Os Três Estarolas da seita democrática, herdeiros do Rousseau e das guilhotinas e gaiolas de Robespierre. Chefiando as turbas sem rosto, uma única identidade uniforme (distinção exige esforço).

Já Il Duce, em 1927, Mussolini proferiu as seguintes afirmações: “Fascismo acredita nem na possibilidade nem na utilidade de paz perpétua, só a guerra eleva à sua maior tensão toda a energia humana e coloca o selo da nobreza sobre os povos que têm a coragem de a enfrentar. Pode ser de se esperar que este será um século de esquerda, um século de fascismo. Podemos esperar que este seja um século de coletivismo, e portanto, o século do estado”.
Mussolini chegou a assinar um pacto de não agressão com a União Soviética em 1933. Na sua autobiografia, chegou mesmo a admitir que tomou os primeiros passos para renovar relações comerciais com a União Soviética, justificando que a Itália “revela uma vigilância insone para construir a paz e fazer amigos”. A biografia do Mussolini por Paolo Monelli revela o seguinte: “A Itália tornou-se a primeira potência na Europa a reconhecer o governo soviético, e ele até elaborou um tratado de amizade com a Rússia. Naquela época, ele costumava dizer
que o comunismo e o fascismo tinham muito em comum, sendo ambos antiburgueses e anticapitalistas”. Quais foram os primeiros países europeus a estabelecer relações diplomáticas com a União Soviética? Itália e Reino Unido, em Fevereiro de 1924. E quem governava no Reino Unido era precisamente o Partido Trabalhista, os Fabianos!

Na Itália unificada do século XIX, grupos sindicais, chamados fasci ou fasci dei lavoratori (Liga dos Trabalhadores Sicilianos), apareceram na Sicília, cujos membros reivindicavam pelos seus direitos laborais. Na Roma Antiga, os fasces foram um símbolo da autoridade gozada pelo estado. Nesta órbita, Mussolini, um anarco-sindicalista, abençoado com o nome de Benito em homenagem ao revolucionário Benito Juarez do México, reparou os fracos avanços realizados no campo Marxista na tentativa de granjear poder. Mussolini, até ao crepúsculo dos seus dias, nunca abdicou das suas pretensões esquerdistas. Após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, foi descartado pelo Partido Socialista Italiano por apoiar a entrada Italiana no conflito.

Não tão paradoxalmente, tanto Mussolini como Lenine acreditavam que só através da luta armada o poder podia ser alcançado e instrumentalizado por eles. Ascendendo ao poder político, Mussolini estatizou a economia, sob uma denominação corporativa, um conjunto de corpos públicos representando grupos de interesse, restringindo a concorrência do mercado. Igual a isto, os sindicatos hoje representam, em nome dos seus setores, na sua indiferença ao consumidor ou rivais sindicais, os interesses dos respetivos trabalhadores.

O nacionalismo europeu – democrático, entranhado com os desejos da maioria – tem conotações de etnicismo, imposição de igualdade através da força. Hitler revelou sua predileção pelos comunistas do que pelo “ocidente decadente” e sua idolatração de Islã acima de Cristandade. Donde então vem o temor pela “extrema direita”? Opostos nunca podem consubstanciar, o amor não é suplementado pelo ódio.

Termos são vilipendiados do seu contexto primordial. O mundo está virado ao contrário e assistimos com cegueira ao florescimento horizontal e horripilante do estado. As palavras, surgindo espontaneamente sem restrições no mercado de letras, tornaram-se ferramentas de propaganda doutrinária. Vamos analisar dois exemplos concretos: Liberalismo e Holocausto.

Abordando o sentido terminológico da palavra liberal, podemos apurar que liberalis e liberalitas encaixam com ações de generosidade e de sabedoria. Infelizmente, a palavra foi, no último terço do século XIX e século XX, sabotada e apropriada pelos seus opositores. Ou, como judiciosamente notou com prudência Henry Hazlitt: “Eles querem dizer, suspeito, a liberdade dos burocratas resolverem estes assuntos por eles. E dizem-lhe que se obedecer docilmente aos burocratas, será recompensado por uma ascensão nos seus padrões de vida”. Não cabe ao Estado ser “liberal” (livre) em gratificar os seus caprichos com o consentimento crédulo do povo.

Outro exemplo, mais nefasto ainda, consiste em olvidar e traçar as origens humildes da palavra “Holocausto”. Na Grécia Antiga, o Holokauston era uma tradição simples mas sagrada, consistindo em atos enaltecendo os deuses através de piedosos sacrifícios queimados.

A ligação entre esta cerimônia obsoleta e o genocídio em massa de milhões, levado a cabo pelos Socialistas Nacionalistas em prol de socializar a raça Ariana, é bastante tênue, constituindo, no mínimo, um absurdo semântico. Não obstante, ficou lapidado no legado famigerado do Nazismo, e uma torre babilônica erguida pelo escol acadêmico, ofuscando até aos dias de hoje o antissemitismo intrínseco ao comunismo, a perseguição judaica por parte das autoridades Soviéticas antes, durante e após a Segunda Guerra Mundial, e sua contínua cumplicidade intelectual perante ideologias empiricamente falidas. Comportamento prosaico eclipsando responsabilidade.

Os Nazis, alcançado poder através da via eleitoral e a subsequente aglutinação de sindicatos nacionais sob a bandeira única do “German Labour Front”, a classe proletária gozando de maiores direitos sociais, uma burocracia omni poderoso, imposição do protecionismo e estagnação econômica, Hitler foi, essencialmente, um sócio-democrata, na mesma veia do atual Partido Socialista Português. Bastante embaraçoso que os Nazis e Fascistas sejam as ovelhas negras da família Socialista (Inter)nacionalista.

A esquerda revolucionária (re-volver, passo atrás, o ódio pelo cristianismo e paixão pelo retorno dos costumes gnósticos) e conservadora – os comunistas portugueses, dinossauros bolchevistas, conservam os cravos apodrecidos de Abril – engloba a tirania, o desprezo pela sublimidade do homem – ergueram uma nova idade plebeia. Ludwig Von Mises ressaltou que sem propriedade não há troca de bens, e sem troca não há formação de preços no mercado, porque uma economia capitalista e voluntária, requer que os partidos envolvidos na troca comercial se beneficiem. Quando isso não acontece, é exploração. A direita verdadeira e radical suscita o regresso aos direitos naturais inatos do homem nas suas diversas dimensões, assegurando a soberania absoluta de propriedade privada, família, e religião, como pilares essenciais da liberdade.

Somos criaturas aditivos. Desde a queda assimilamos imperfeições, moldadas pela dúvida e certeza, sonhos e pesadelos. No percurso da vida, renascemos numerosas vezes e, em cada nascimento, há transformação, belo e enigmático nos percursos para tomar. Embora sejamos limitados (infelizmente não crescemos as asas ao beber o Red Bull) , submetemo-nos à metanóia (mudança radical), guiados por experiências dolorosas e pelo farol da esperança, sempre preservando as verdades imutáveis.

Por isso, temos de reconhecer que o estado não é benigno, não é nosso amigo e salvador, exorta a institucionalização do roubo. Não é filosoficamente compatível respeitar e simultaneamente aterrorizar pessoas, seja através da guerra, impostos, nacionalizações, regulações, entre outras medidas draconianas. O estado é dispensável e o século XX foi a época mais sanguinária da humanidade (quer dizer, um sistema de saúde nacional tanto acelera a morte dos pacientes como soldados em combate). Utopias são ópio para o povo. Mentiras são relativizadas em verdades, mas a verdade objetiva há só uma. A verdade liberta, e não há liberdade sem risco, e a fraqueza está assegurada a quem desistiu de lutar contra as correntes perigosas da vida, sobretudo os porcos gananciosos, imortalizados por George Orwell.

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