Ao entrarmos em qualquer café, restaurante ou barbearia em Portugal, é provável que, em algum momento, nos deparemos com discussões sobre política.
Conversas como: “Viste aquilo da Madeira? Sim, então e o Presidente da República que meteu a cunha?! Claro que sim, está igual ao Costa… foi apanhado de surpresa!”
Muitos encaram essas conversas e pensam que a corrupção é exclusiva ao PS ou PSD, isto porque são os partidos que governaram Portugal nos últimos 50 anos.
Na minha opinião, essa visão é, no mínimo, ingénua.
Será mesmo que partidos como CHEGA, IL, PAN, BE, PCP ou outros, estão isentos de casos de corrupção? São todos santos menos o PS ou PSD?
Atenção, não encarem isto como defesa a estes partidos. Enquanto libertário, jamais poderei defender ideias coletivistas, só acho que essa ideia é parte do problema.
Acreditar que o problema reside em um partido específico e não na natureza humana, revela falta de compreensão sobre a nossa natureza.
O ser humano é, por natureza, individualista: primeiro eu, depois os meus e por último, os outros.
Em conversas sobre política, já expus essa visão, sendo contestado.
Perguntei a alguém se alimentaria primeiro os seus filhos ou os meus. No início, hesitou, mas a resposta moral e certa é a desconfortável que evitou.
Priorizar os próprios filhos é natural e moral.
É importante entender que ser individualista não é errado e, é também, apenas compreender a nossa natureza imperfeita e corruptível.
Diante disso, devemos criar um sistema que minimize a possibilidade de corrupção.
Muitos países ocidentais abandonaram modelos ditatoriais, reconhecendo assim, que a solução não é um ditador melhor, mas sim, um sistema mais eficiente.
Acreditar que o sistema atual é perfeito, é também, arrogância e estupidez.
Se concordamos que ditadores não são a solução, porquê manter o sistema atual, que há décadas evidencia a existência generalizada de corrupção em Portugal?
Compreendo que existem muitas pessoas que beneficiam com a corrupção e o “status quo” em Portugal, sinceramente, ainda não acredito que os portugueses querem realmente acabar ou minimizar com a corrupção.
Porquê? Bem, porque parece-me extremamente simples, minimizar a corrupção.
Como diminuir a corrupção? Diminuir a oportunidade para tal.
Como? Retirar poder ao Estado e devolver a quem pertence, aos indivíduos.
Deixar na mão dos burocratas o futuro das nossas vidas é suícido a médio prazo.
A redução do poder do Estado sobre as vidas das pessoas é absolutamente crucial.
Exemplificando, neste momento, 38% do PIB é impostos, ou seja, 38€ a cada 100€ é roubado aos portugueses.
Onde é usado esse dinheiro? Onde burocratas e políticos acharem por bem gastar.
Reduzir isso pela metade, seria um bom começo para colocar o dinheiro nas mãos das pessoas, não dos políticos.
Isto, faria que menos dinheiro existisse para corrupção e claro… Isto não é de todo a solução para erradicar toda a corrupção mas, no mínimo, era erradicada em 50%.
Não me parece um mau começo, certo?
A diminuição do poder do Estado é a chave para minimizar a corrupção.
Estado mínimo é igual a corrupção mínima e liberdade máxima.
Abraça a liberdade,
Luís Alfaia
Grande Artigo!
Como dizia Milton Friedman: “I do not believe that the solution to our problem is simply to elect the right people. The important thing is to establish a political climate of opinion which will make it politically profitable for the wrong people to do the right thing. Unless it is politically profitable for the wrong people to do the right thing, the right people will not do the right thing either, or it they try, they will shortly be out of office.”